Mídia / Jornal Fera

Uma educação empreendedora é uma educação transformadora

02/12/2014

Novembro foi o mês do empreendedorismo. Globalmente, mais de 150 países selecionaram uma semana para desenvolver uma série de atividades ligadas ao universo empreendedor. Mas no Brasil, o comitê responsável pelo gerenciamento dessas atividades optou trazer atividades durante todo o mês.

A Ashoka, que faz parte desse comitê capitaneado pela Endeavor, é uma organização social que desde 1980 identifica e apoia empreendedores sociais de todo o mundo, formando uma rede de líderes em transformação social, que atuam em 6 segmentos: saúde, educação, direitos humanos, engajamento cívico, meio ambiente e desenvolvimento econômico.

Em 34 anos de história, a Ashoka pôde observar na prática o poder do empreendedorismo e o potencial que os empreendedores têm de gerar profundas mudanças em seus entornos, pois veem a importância do espírito colaborativo, da visão de longo prazo, do trabalho em equipe, da resiliência e, sobretudo, da inovação. Essas características também inspiram outras pessoas a buscar novas formas de encarar problemas e a desenvolver maneiras de engajamento.

Sabemos que hoje em dia os jovens buscam mais do que estabilidade financeira quando pensam em trabalho. Eles querem sentir que estão trabalhando com propósito e significado. Assim sendo, uma educação empreendedora pode gerar transformações radicais na maneira como o trabalho é visto e em como o profissional, dentro de seu escopo de atuação, contribuirá para a diminuição de injustiças sociais. Já não mais podemos ver o processo educacional e o aprendizado de modo engessado, sem que desenvolva a criatividade, a proatividade e capacidade de identificar um problema e atuar na sua solução.

Além disso, pensando de uma forma mais ampla, uma educação empreendedora permite que o jovem - ou mesmo o adulto - perceba que pode inovar nas mais diferentes esferas da sua vida - e não somente a profissional. E, assim, desenhar o seu próprio caminho, e não somente seguir passos já previamente desenhados. E esse empoderamento é essencial para o desenvolvimento de uma mentalidade transformadora, que contemple a percepção das demandas sociais e de diferentes formas de amenizá-las ou eliminá-las. Afinal, pessoas com espírito empreendedor são, por natureza, agentes de mudanças.

O mundo está cada vez mais ágil e isso também requer profissionais e cidadãos capazes de acompanhar esses câmbios. Nossas crianças e jovens têm fôlego, disposição, inteligência e inquietação para isso, mas precisamos criar sistemas que deem a eles as ferramentas para que se tornem adultos empreendedores, que não se acomodarão quando se depararem com barreiras e dificuldades.

Assim, teremos uma geração de líderes que terão não só sucesso econômico, mas que saberão criar diálogos entre os diferentes setores e, dessa forma, estarão colaborando para um mundo menos desigual e mais sustentável.

Fonte: Brasil Post