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Metodologia científica: o bicho de sete cabeças que veio para o bem

21/06/2017

Uma das grandes evoluções que se teve no ambiente educacional foi a inclusão da metodologia científica no currículo escolar das universidades. Mesmo que isso tenha acontecido há alguns anos, a maioria dos jovens não aceitou com facilidade essa mudança.

Para muitos estudantes, essa disciplina é considerada um verdadeiro “bicho de sete cabeças”. Muitas normas a serem seguidas, algo que não se encaixa em uma juventude cada vez mais independente e avessa às regras.

Por outro lado, a forma como a metodologia é repassada aos alunos é fundamental para a aceitação da mesma, tornando os conteúdos densos mais fáceis de serem compreendidos e aplicados no dia-a-dia, dentro e fora do ambiente acadêmico.

Pensemos em como esse conteúdo costuma ser repassado aos alunos: em uma aula de 40 minutos, por exemplo, o estudante é bombardeado com regras a serem seguidas, sob punição de ver a pontuação do trabalho drasticamente reduzida, independente do quão inovadora seja sua pesquisa.

Ao se deparar com metodologia científica dentre suas disciplinas obrigatórias, os estudantes já entram em sala de aula com certa repulsa. Afinal, quantos gostam de metodologia? Agora, imagine quando eles sabem que se trata de metodologia cientifica? Basicamente, a opinião é formada, antes que eles possam conhecer melhor essa disciplina.

A didática em sala de aula é pouco atrativa para aceitação do conteúdo, normalmente, os professores apresentam muita teoria, livros enormes e exercícios limitantes, levando em consideração todos os benefícios oferecidos pela metodologia.

E a desmotivação dos estudantes pelo tema culmina em um dado preocupante: a baixa qualidade de muitos trabalhos acadêmicos desenvolvidos por candidatos a projetos de iniciação científica, alguns com bibliografia pobre e outros com cópias literais de pesquisas de terceiros.

Se, por um lado, essa realidade desperta certo receio em alguns docentes, por outro pode abrir espaço para uma completa repaginação na técnica de ensino da metodologia em sala de aula e mostrar aos estudantes que a matéria pode fazer parte de sua rotina.

Para isso, é importante que os envolvidos na formação acadêmica destes jovens não apenas semeiem a importância desta disciplina para construir projetos adequados aos parâmetros científicos como também ensinem a eles como a metodologia pode contribuir para melhorar a compreensão do conteúdo ensinado em sala de aula e fora dela.

A cultura básica, que poderia ajudar a formar novos pensadores, está desvalorizada, assim como a educação. Para recuperar seu valor, é preciso investir em projetos educacionais e, principalmente, mostrar aos jovens como a metodologia científica pode ajudá-los a expressar suas ideias e concretizar projetos que podem mudar seu mundo e o ambiente a seu redor.

Por exemplo, ao aplicar os conceitos ensinados nessa disciplina, o futuro pesquisador torna-se apto a desenvolver seu senso crítico e aprimorar sua argumentação, uma habilidade extremamente útil, se considerarmos o cenário de guerra informacional e a polarização que estamos vivenciando, em todos os setores da vida cotidiana. Outra contribuição importante que a metodologia oferece para a evolução intelectual dos estudantes é ensinar como a reflexão detalhada sobre um obstáculo possibilita ver quais os caminhos necessários para encontrar uma saída eficiente.

A metodologia científica, quando bem compreendida, serve para propor soluções, sistematizar conhecimento, quebrar paradigmas e inovar na área de atuação daquele estudante ou pesquisador. Sempre lembrando que uma pesquisa bem encaminhada proporciona a evolução da ciência, e consequentemente o desenvolvimento do nosso país.

Fonte: Universia Brasil