Mídia / Jornal Fera

Faturamento de faculdades privadas cresce 30% em 2 anos, estima estudo

02/09/2013

O faturamento das instituições particulares de ensino superior cresceu 30% em dois anos, segundo estudo feito pela Hoper, consultoria especializada na área. O valor de R$ 24,7 bilhões em 2011 subiu para R$ 32 bilhões em 2013, segundo estimativa para esse ano. As recentes fusões e aquisições de faculdades e universidades criaram gigantes no setor e contribuíram para o crescimento do negócio que atinge 5 milhões de alunos no país.
De acordo com o Censo de Educação Superior do Ministério da Educação, o país tem 6,7 milhões de estudantes universitários: 73,7% deles estão nas instituições particulares e 26,3% nas públicas.
Um grupo de 13 grandes conglomerados tem 36,2% de participação deste mercado de instituições privadas, segundo o levantamento da Hoper. Este grupo seleto reúne 1,8 milhão de estudantes, o que corresponde a 37,6% do total de estudantes de faculdades particulares e cerca de 28% do total de alunos do ensino superior de todo o país.
Em abril, o mercado foi agitado pela fusão entre a Kroton e a Anhanguera, que está sendo avaliada pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade). Se o negócio for autorizado vai criar um conglomerado com mais de 1 milhão de alunos. Juntas, as duas instituições têm 16,2% de participação de mercado. Entre as instituições que integram a rede Kroton estão Universidade Norte do Paraná (Unopar), Faculdades Pitágoras, Unic (Universidade de Cuiabá), Unime (Universidade Metropolitana de Educação e Cultura) e Uniasselvi. Já a rede Anhanguera é dona da Universidade Bandeirante de São Paulo (Uniban) desde 2011.
Nesta sexta-feira (23) o complexo educacional Faculdades Metropolitanas Unidas (FMU) anunciou associação com o grupo Laureate International Universities, que controa, entre outros, a Anhembi Morumbi, em um negócio avaliado em R$ 1 bilhão.
Além deles, outros grandes grupos de educação se destacam: Estáciox, Unip, Unicsul, Uninove, além da Abril Educação, que incorporou os sistemas de ensino Anglo, pH e SER, a rede Escolas Técnicas do Brasil, o Centro Educacional Sigma e as rede de escolas de inglês Red Balloon e Livemocha.
Em comum, estes gigantes do setor têm o grande número de alunos, a abrangência em várias unidades e municípios e a possibilidade de cobrar mensalidades mais baratas para atingir o público das classes C e D, principalmente os estudantes que não conseguem acesso às universidades públicas e querem a o diploma como forma de ascensão social e profissional.
Segundo especialistas ouvidos pelo G1, a tendência é que novas fusões e aquisições de pequenas faculdades por grandes grupos de ensino aconteçam nos próximos anos. Isto porque o setor dos grandes grupos de ensino privado encara uma demanda reprimida de alunos em busca de um lugar no ensino superior. O mercado ainda tem muito a crescer.
Para especialistas em educação, no entanto, a transformação do ensino em negócio acende o sinal de alerta para a qualidade do ensino que está sendo oferecido em busca do lucro e reforça a necessidade de o Ministério da Educação estabelecer um controle rígido de qualidade dos cursos destas instituições.


Fonte: G1