Mídia / Jornal Fera

Especialista explica como é possível “reprogramar” seu cérebro para alcançar objetivos

12/07/2017

Inteligência emocional. Se existe um tema cada vez mais falado tanto no ambiente corporativo quanto na vida pessoal, é este. De maneira geral, a inteligência emocional é, basicamente, a maneira como lidamos e gerenciamos as nossas emoções e a daqueles com quem nos relacionamos. Sócio fundador do Deep Learning Institute, instituto focado em transformação disruptiva, Rubens Paes Barreto explica que é preciso “reprogramar” o nosso cérebro para que possamos alcançar nossos objetivos e conta, além de que maneira isso é possível, como essa história começou.

Rubens conta que é preciso ressaltar a resistência das pessoas em aceitar e conhecer algo novo e compreender que algo “recém-chegado” pode agregar de forma positiva a sua vida é, na verdade, uma forma de começar a trabalhar a inteligência emocional. “A inovação não se instalava [na época em que iniciou as pesquisas que resultariam no instituto] de acordo com o planejado por conta da resistência das pessoas ao novo. Os mapas mentais de cada uma das pessoas traziam consigo experiencias programadas que o novo gerava um desconforto muito forte”, explica.

Com o tempo, a questão começou a ser estudada e abordada por pesquisadores tanto no Brasil quanto no mundo – em especial, nos Estados Unidos. Foi Amy Cudy, psicóloga social de Harvard, que começou a comprovar cientificamente que é possível reprogramar a mente das pessoas para aceitar o novo e ter inteligência emocional. “Nesse caso [fazer o novo acontecer] a inteligência emocional é coragem, ousadia, resiliência, persistência e paciência. Em 2007, chegamos à conclusão de que se levava sete anos para reprogramar as mentes das pessoas para a inovação. E hoje em dia isso se consegue em três meses”, explica.

INTELIGÊNCIA EMOCIONAL APLICADA

Mas como se aplica a inteligência emocional na sua vida? De que maneira se colocar isso em prática em todos os aspectos, não apenas no profissional? Rubens explica que, na verdade, o primeiro passo está antes de colocar em prática. “As pessoas precisam aprender sobre, ler sobre e fazer cursos. Depois, você precisa entender, assimilar o que você aprendeu e fazer com que aquilo seja aplicado. No momento em que você lê sobre inteligência emocional, você precisa ler e depois reprogramar o seu lado direito do cérebro, emocional, para que ele realmente entenda emocionalmente o que você aprendeu”, explica.

Segundo o especialista, somente após essa imersão no aprendizado é que é possível aplicá-lo. “[Você] tem que pegar situações que estão acontecendo na sua vida e aplicar no seu dia a dia para que as coisas mudem”. Rubens conta a história de um de seus clientes que, com o objetivo de se desenvolver em sua carreira e alcançar um cargo de liderança, precisou aprender a enxergar os pontos que o impediam de avançar em direção às suas metas. Assim como o cliente de Rubens, nós, no nosso dia a dia, criamos histórias para justificar a dificuldade de conseguir seja o que for. Após trabalhar e reprogramar seus mapas mentais, o cliente de Rubens tornou-se responsável por uma equipe de doze pessoas em três meses.

A mudança a partir do reconhecimento daquilo que impede você de alcançar seus objetivos é, segundo Rubens, rápida. “O que demora é a identificação do que precisa ser mudado. Mas em um muito pouco tempo se consegue reprogramar isso”, explica. “A nossa mente possui vários programas desajustados. O processo é identificar quais estão te incomodando e, então, ir tratando”.

O especialista reforça: inteligência emocional e mapas mentais não se trata apenas da vida profissional . “O programa da nossa mente funciona para todas as áreas da nossa vida, seja para a conjugal, familiar, financeira, saúde”, conta. No entanto, não existe solução mágica, é preciso manter o foco no que foi feito e realizar uma “manutenção” constante. “O que se faz é colocar um programa em cima do programa antigo e você precisa trabalhar até que o programa novo supere muito esse programa antigo. O programa se torna um hábito, se torna natural e passa a existir sem exigir energia mental para isso”.

Em resumo, alcançar os nossos objetivos, assim como a inteligência emocional em si, está em, fundamentalmente, conhecer a si mesmo e aos seus bloqueios e trabalhar em cima deles. O processo, apesar de rápido, pede atenção constante, afinal, um hábito requer certo tempo para ser mudado. Logo, é possível dizer que, talvez, o primeiro passo da inteligência emocional seja justamente ter paciência.

Fonte: Sttela Vasco - Universia Brasil