Mídia / Jornal Fera

Idoso de 78 anos se forma em direito após perder a mulher e vencer câncer

31/01/2017

Com os cabelos grisalhos, Luiz Laurentino da Silva se destaca em meio aos jovens formandos do curso de direito de uma faculdade particular de Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá. Na sexta-feira (29) ele realizou o sonho de concluir a faculdade para atuar como defensor público. A jornada até o dia tão esperado, no entanto, não foi fácil. Durante o curso, Luiz Laurentino lutou contra um câncer de próstata e perdeu a mulher, com quem era casado havia 46 anos, no ano passado.

Hoje, depois de cinco anos de dedicação e um sorriso estampado ele diz que todo o esforço valeu a pena. “Estou me sentido realizado. Agora sei que todas as minhas lutas valeram a pena e a minha vitória é maior que todos os problemas que enfrentei”, afirmou.

Acompanhado de grande parte da família, ele vestiu todo o traje para o dia da formatura. “Achamos muito corajoso quando ele decidiu fazer a faculdade. Estamos muito orgulhosos de tudo o que ele é e da capacidade dele”, disse a irmã de Luiz, Narazé Laurentino.

Foi em 2012, aos 73 anos, que ele decidiu ingressar na universidade. Luiz diz que não se importou com as críticas e seguiu em frente. “Disseram que eu estava louco e que estava velho demais”, contou.

A inspiração para escolher o curso veio da época em que atuou como jurado no Tribunal do Júri em Várzea Grande. “Senti falta de advogados qualificados para defender os menos favorecidos. Além disso, vi muita gente que deveria ser condenada sendo absolvida”, declarou.

Os obstáculos começaram em 2015, quando ele foi diagnosticado com um câncer de próstata. Para o tratamento, Luiz foi submetido a 36 sessões de radioterapia. Venceu a doença e se curou. No entanto, o procedimento trouxe complicações. “Saí com as articulações com problema. Não conseguia andar direito, tinha dificuldade para tomar banho e me levantar”, lembrou.

Foi em 2012, aos 73 anos, que ele decidiu ingressar na universidade. Luiz diz que não se importou com as críticas e seguiu em frente. “Disseram que eu estava louco e que estava velho demais”, contou.

A inspiração para escolher o curso veio da época em que atuou como jurado no Tribunal do Júri em Várzea Grande. “Senti falta de advogados qualificados para defender os menos favorecidos. Além disso, vi muita gente que deveria ser condenada sendo absolvida”, declarou.

Os obstáculos começaram em 2015, quando ele foi diagnosticado com um câncer de próstata. Para o tratamento, Luiz foi submetido a 36 sessões de radioterapia. Venceu a doença e se curou. No entanto, o procedimento trouxe complicações. “Saí com as articulações com problema. Não conseguia andar direito, tinha dificuldade para tomar banho e me levantar”, lembrou.

Mesmo com todos os problemas, Luiz nunca desistiu. Ele afirma que mesmo com a saúde debilitada não pediu tratamento especial e nunca pensou em desistir. “Foi de igual para igual. Não reprovei em nenhuma matéria e nunca faltei”, afirmou, explicando que foi aprovado com nota máxima pela banca examinadora do trabalho de conclusão de curso.

No último ano da faculdade, Luiz sofreu com o que ele chama de “a maior perda da vida”. A mulher, com quem era casado havia 46 anos, morreu após uma parada cardíaca. A última recordação que tem dela é um almoço preparado especialmente por ela. O cardápio foi o mesmo da primeira refeição que fizeram juntos enquanto ainda eram namorados.

“Ela me disse que estava fazendo aquilo para eu ficar feliz”, disse Luiz. Na mesma noite a mulher de Luiz passou mal e foi internada em uma Unidade de Tratamento Intensivo (UTI). Dois dias depois ela morreu.

Após a morte da mulher, ele conta que pensou em desistir várias vezes. Todos os dias, no entanto, Luiz diz que se lembrava do pedido feito pela mulher para que concluísse a faculdade.

Luiz se dedicou até o fim e concluiu o curso com o apoio de professores e colegas. “Ele é um exemplo para todos da sala. Para mim, especialmente, é uma inspiração. A docência não é algo fácil, mas pessoas como ele fazem valer a pena”, disse a professora Michelle Maril.

O próximo passo do recém graduado é passar no exame da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Além do sonho de advogar para as pessoas mais necessitadas Luiz também quer ser professor. “Agora penso em repassar tudo o que aprendi e lecionar em faculdade e cursinhos”, afirmou.

Fonte: G1