Mídia / Jornal Fera

Estudantes da USP se dizem mais tranquilos após prisão de atirador

12/09/2013

A prisão do ex-aluno da Universidade de São Paulo (USP), na quarta-feira (11), que efetuou disparos no alojamento em São Carlos (SP), no dia 28 de agosto, tranquilizou os estudantes. O atentado deixou clara a fragilidade da segurança na universidade. Com a detenção temporária de Alexandre José Coutinho da Rocha Lima, a rotina na universidade começa, aparentemente, voltar ao normal.
“O pessoal ficou mais tranquilo e agora não tem mais aquele receio de andar aqui à noite, passar perto do alojamento”, disse o estudante Leonardo Cantolini. “É bom saber que não vai mais precisar se esconder nos quartos, se preocupar se tem ou não segurança aqui dentro”, completou o também estudante Normando José dos Santos Junior.

Em frente ao alojamento já não há mais o carro da segurança 24 horas. Alguns estudantes, entretanto, acham que ainda é cedo para diminuir a vigilância, uma vez que o atirador deve ficar preso por apenas cinco dias. “O ideal seria deixar ele lá o tempo necessário para que ele não seja solto e volte a ameaçar a gente aqui de novo”, ressaltou Santos Junior.
O delegado Aldo Donisete Del Santo adiantou que o ex-aluno da USP não responderá por tentativa de homicídio, mas por disparo por arma de fogo e ameaça. A prisão temporária não será prorrogada porque o delegado considera que o caso está praticamente esclarecido.

Prisão
O ex-aluno de ciências exatas compareceu ao 3º Distrito Policial, que investiga o caso, acompanhado de um advogado, na tarde de quarta-feira (11). Ele entregou um revólver calibre 38, usado para efetuar os disparos, que na ocasião não atingiram ninguém (ouça o momento dos tiros). A arma estava com duas munições intactas e outras três deflagradas. A quarta bala deflagrada ele disse que perdeu. Ao G1, o rapaz afirmou que o bullying que sofria na universidade motivou o ataque.
Após prestar depoimento, ele foi levado para o Centro de Triagem de São Carlos. Segundo a Polícia Civil, o ex-aluno disse que depois dos disparos foi para Araraquara e seguiu para São Paulo, onde permaneceu nos últimos 14 dias.
Em uma das entrevistas que concedeu ao G1 no início deste mês, o ex-aluno já havia manifestado a intenção de se entregar. Ele disse ter conversado com algumas pessoas e até com o próprio advogado, que apontaram essa como a melhor alternativa. “Disseram que é melhor do que eu ficar foragido. Eu quero voltar à minha vida normal e acho que se me entregar e pagar pelo que fiz que vai ficar mais fácil recomeçar. Pretendo colaborar com a polícia”, disse na ocasião.
Prisão e inquérito
O advogado de Lima não foi encontrado para comentar o caso. "Ele fica preso para facilitar a investigação, tirar as dúvidas e para esclarecer os fatos de forma concreta. Ele pode prestar novas declarações toda a vez que for necessário", afirmou o delegado seccional de São Carlos, Rogério Fakhany Vita.
O delegado Donizete Del Santo, que investiga o caso, informou que o inquérito está praticamente concluído e faltam apenas os resultados das perícias no alojamento e na arma. A previsão é que eles fiquem prontos na próxima semana.


Fonte: G1