Mídia / Jornal Fera

Conciliar estudo e trabalho: prática que exige cuidado

06/10/2014

Na busca por um bom lugar no mercado de trabalho, cresce a cada dia o número de pessoas que trabalham no período diurno e estudam à noite. Mas como conciliar trabalho e estudo sem prejudicar a saúde? Esta é uma preocupação de pelo menos 3,9 milhões de alunos, que estão matriculados nos cursos superiores do Brasil. Destes, 44% estudam no período noturno porque, em geral, trabalham durante o dia, segundo dados do Inep, o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais do Ministério da Educação.

As exigências do mercado direcionadas para o estudante resultam em uma educação contínua, tanto para manter o estudo quanto para ter melhor perspectiva profissional. O universitário passa a ter responsabilidades muito cedo, empenha-se nos estudos e no trabalho para construir seu futuro e, por isso, torna-se um desafio trabalhar e estudar com qualidade. Para a psicóloga e professora da Universidade Federal de Uberlândia, Marcionila Rodrigues, esta é uma prática comum, no entanto, é preciso estar atento à saúde. “A pessoa que se dedica tanto ao trabalho quanto ao estudo não pode descuidar da alimentação e, principalmente, do sono”, afirma Marcionila. Segundo ela, para descansar e absorver tudo o que se aprendeu durante o dia, é preciso dormir entre seis e oito horas por noite.

A psicóloga afirma que as consequências dessa jornada para o estudante profissional são a fadiga, dores no corpo, indisposição e sono. “Além disso, pode ser comprovada também a falta de atenção que o universitário-trabalhador adquire por realizar as duas tarefas”, diz Marcionila. Para driblar essas consequências, é necessário não deixar de lado bons hábitos. “É muito importante que a pessoa administre um tempo para fazer coisas que goste e que sejam atividades em que se relacione com pessoas. Não adianta dizer que está descansando sozinho em frente ao computador ou no videogame”, diz Marcionila. Além disso, é preciso tomar cuidado com o estresse. “Se a pessoa voltar todo o seu esforço para o trabalho e o estudo, chegará um momento em que estará tão esgotada que o quadro pode agravar até para uma depressão”, alerta.

Marcionila indica ainda que o universitário-trabalhador se organize para praticar alguma atividade física. “Mesmo que essa pessoa não tenha tanto tempo livre, que ela pelo menos faça uma caminhada ou mesmo vá para o trabalho ou para a faculdade a pé. O importante é que ela se movimente”, completa. Vilson Veríssimo Estulano é um universitário-trabalhador que conhece bem as dificuldades de estudar e trabalhar ao mesmo tempo. Ele cursa faculdade de Análise e Desenvolvimento de Sistemas e trabalha na Algar Tecnologia como Administrador de Banco de Dados. Para ele, conciliar as duas tarefas é um desafio constante. “Às vezes, para não sair mal em uma prova ou em um trabalho, deixo de viajar, deixo de sair com os amigos no fim de semana ou até mesmo durmo um pouco menos”, afirma. “Mas para mim é muito prazeroso, pois a empresa está sempre me motivando e mostrando que é possível crescer dentro dela. Isso acaba servindo como combustível para eu não desanimar e não deixar a peteca cair”, completa Vilson. Outro exemplo de dupla jornada é a associada Solivane Peixoto. Ela está no último período do curso de Sistemas de Informação e trabalha com a equipe de ATGs (Advanced Technologies Group) da Algar Tecnologia. Para ela, o melhor momento para aprender e adquirir experiência é quando se está na faculdade. “Porque a faculdade te dá a base teórica e o emprego te dá a prática”, afirma Solivane.

Em um ponto os dois associados concordam: é preciso saber se organizar e gostar do que faz. “Assim, você aproveita o momento e adquire amadurecimento, diferente de quem termina a faculdade sem experiência e precisa percorrer um longo caminho”, completa Solivane.

Fonte: Alga Tech